sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

A tua porta.

Depois do sexo virei para o lado e chorei. Chorei lágrimas silenciosas, mas não por isso menos doídas. Queria poder dizer de como você é filha da puta. Queria poder dizer que você me usa e me joga fora. Queria poder encontrar nisso tudo razões para transformar o amor em ódio. Mas não. Você não queria. Eu insisti. Eu disse que não me importava. Eu só queria esquecer. Deixar você me possuir e nesses momentos sermos uma só e poder esquecer da dor. Se for preciso achar alguém para culpar não posso culpar ninguém além de mim mesma. Eu quero domar o rio- mesmo sabendo que essa tarefa é impossível. Tentar resgatar um amor que já foi embora. Fazer-te lembrar que eu sou a mulher da sua vida. Mas eu não sou. Eu fui um dia. E talvez um dia volte a ser. Não, eu sei que isso não vai acontecer. Você é a mulher da minha vida. Você é o sol, a lua e as estrelas. Não posso te culpar- por mais que tente. Você fez o melhor que pode. Você me amou como ninguém nunca havia me amado- e talvez nunca me amará. Mas acabou. No momento em que o meu amor por você renasceu, o seu por mim estagnou. Aconteceu. A culpa não é sua. Vou esperar. A cada amanhecer vou respirar fundo e repetir a mentira que me permiti sair da cama: tudo vai ficar bem. A cada anoitecer vou olhar para as estrelas e pedir para que elas me tragam você de volta. A cada vontade de acabar vou me lembrar do seu sorriso me dizendo que ‘eu te amo’. Assim que vai ser. Vou tentar fazer o melhor que posso. Vou viver. Vou morrer. Vou continuar. Continuar te amando e te desejando e te falando em silêncio que sempre, sempre vou estar aqui.