terça-feira, 14 de outubro de 2008

urgência:

coloque-me dentro de ti. quero ver teu quarto, tua rua e teu cansaço das seis horas. quase, quase sete amontoados de trinta dias (!). mostre-me teu jantar das sete. a cozinha e a panela. preciso ver o fogão sujo. a dor vinda de meu colchão de molas. necessidade de deitar a cabeça no teu travesseiro sobre o teu colchão de espuma. tua sujeira de noites quentes torná-las-ei minha. coisa só. vida uma só. fico tão só aberta e exposta enquanto tu ficas longe e em rua que desconheço em lugar que não sei como chegar. deixe-me entrar.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

ode à minha menina:

enquanto passo minhas mãos geladas pelo seu rosto morno, enquanto olho p’ra você dormindo ou pensando em sabe lá deus o quê. tudo me é tão certo. nasci faminta desse sentimento ao qual nunca soube dar nome. essa fome de algo que coubesse perfeitamente em mim sem bordas a serem cortadas. aquele caimento perfeito que não há explicação: foi feito para ser. você foi feita para ser minha. caiu em mim assim: perfeita. enquanto passo minhas mãos geladas pelo seu rosto morno não penso em mais nada, não procuro por mais nada: você já está aqui.

sábado, 23 de agosto de 2008

the point:

you wanna talk. you really wanna talk. be serious. change your pain in something else. but you can't. the people near you. those who you live your life for can't hear you. they're too busy. too happy. too sad. be real: they just don't wanna hear you- what's the point?, you are already there, or here, or anyplace else. there is no need to seduce you to stay: you are not going anywhere.
that's the problem. the fuckin' problem that became you whole life: you are not going anywhere.
ever.
forever here. or there. or nowhere.

sábado, 16 de agosto de 2008

Quarta-feira, 13 de Agosto de 2008

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quando você vai embora, sempre que você vai embora eu acabo e apenas recomeço quando te vejo de novo. o tempo entre esses quandos é uma existência nula da qual não me lembro direito.
Escrito por Natália Pinheiro: às 18:38

2 sussurros.:
má R. disse...
é a mesma sensação de morrer e renascer.é a mesma sensação de ver olhos fechando ao dormir e, abrindo ao acordar.longos segundos inválidos.
13 de Agosto de 2008 18:48


[é sempre a sensação de morrer morrer morrer. vou sendo morta a cada instante de não-amor.]

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

qual é o problema?

vou ficando cansada cansada cansada. as palavras que pesam me fazem andar assim: meio torta, meio morta. palavras me pesam ao andar e quando eu vou escrever as minhas próprias também acaba saindo tudo meio torto e meio morto. não é a presença da morte que me incomoda, é a inexplicável ausência de vida.